sábado, 20 de março de 2010

Fazenda empregava 42 em condições de trabalho escravo

Uma fazenda em um distrito de São Desidério, a 879 km de Salvador, empregava 42 trabalhadores rurais em condições consideradas degradantes pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

O MPT descobriu a irregularidade através de um trabalho de fiscalização feito pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo entre os dias 2 e 12 março. Os trabalhadores da Fazenda Guarani, que fica no distrito de Roda Velha, eram contratados por meio de intermediários. Eles trabalhavam na capina de algodão sem equipamentos de proteção individual, mesmo lidando com agrotóxicos. Além disso, viviam em alojamento com condições precárias de higiene, sem chuveiro.

Segundo o procurador do MPT Luís Antônio Barbosa da Silva, que fez parte da equipe, um dos trabalhadores apresentava sinais de intoxicação por agrotócixo. O homem se queixou de queimação em todo o corpo, mas não reclamava por medo de ser demitido.

Na sede da fazenda, o MPT encontrou empregados aliciados no Rio Grande do Sul, também sendo mantinos com jornadas exaustivas, sem receber salário, 13º ou férias, sem registro em carteira e sem direito a pausas durante a semana.

A Fazenda Guarani concordou em regularizar as pendências trabalhistas dos empregados – o que dá um valor em torno de R$ 800 mil. Foi firmado um termo de ajustamento de conduta (TAC) entre a Fazenda e o MPT, em que aquela se compromete a corrigir as condições precárias de segurança e saúde, além de pagar salários e cobrar uma jornada regulamentar dos trabalhadores. Além disso, será necessário pagar uma indenização por dano moral coletivo, no valor de R$ 500 mil, que será usada em benefício de entidades públicas ao critério do MPT.

A operação foi uma parceria entre MPT, Ministério do Trabalho e Emprego e a Polícia Federal.


Fonte: Blog WAl Cordeiro

quarta-feira, 17 de março de 2010

CNJ aponta indício de fraude fiscal no TJ em São Desiderio

Inspeção realizada no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) encontrou irregularidades como caixa 2 de mais de R$ 200 mil em cartório de São Desidério, a 869 km de Salvador, burla de licitação e “indício de fraude fiscal” na construção do prédio anexo ao órgão, no Centro Administrativo (CAB), obra financiada pelo Banco Bradesco ao custo de R$ 34 milhões.

O TJ-BA também recebeu a determinação de demitir, paulatinamente, todos os 400 funcionários contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), espécie de seleção precária. Outros 405 cargos comissionados também podem deixar de existir no Judiciário baiano caso a desoneração do Reda não solucione o inchaço da folha de pessoal.

As irregularidades foram encontradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fiscalização in loco realizada em abril de 2009 e apontadas por relatório assinado no último dia 8 pelo corregedor nacional, Gilson Dipp. O TJ-BA ultrapassou, no ano passado, o limite prudencial com gasto em mão-de-obra. A TARDE revelou na edição do dia 27 a existência de supersalários de servidores que chegam a R$ 52 mil.

O relatório do CNJ indicou ainda outros 30 problemas no funcionamento e na gestão do TJ-BA, como atraso no andamento de processos, desorganização em cartórios, demora para intimar as partes e “milhares” de ações paralisadas, principalmente na área criminal.

Cada disfunção detectada na primeira inspeção do CNJ na Bahia, em 2008, é descrita no relatório e seguida das respostas do TJ-BA. Depois o documento aponta nova conclusão para cada caso. Alguns pontos foram parcialmente resolvidos, o que demonstra algum avanço desde a intervenção do Conselho. “Cartórios que implementaram medidas determinadas (pelo CNJ) conseguiram um grande avanço. Outros não tiveram fôlego ou vontade e ainda não implementaram”, disse o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Ricardo Chimenti, que também assina o relatório. A presidente do TJ-BA, Telma Brito, disse que estava analisando o relatório e preferiu não comentá-lo.

Fonte: A Tarde

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