quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Produção de etanol ainda patina na Bahia

Produção de etanol ainda patina na Bahia



João Pedro Pitombo
Fonte: A TARDE

Metas ambiciosas e poucos resultados práticos. O Programa Estadual de Bioenergia, lançado em 2007, ainda está longe de atingir os seus objetivos no incremento da produção de etanol da Bahia. Com uma produção anual de 139,15 mil metros cúbicos de álcool anidro e hidratado, o Estado tem condições de atender somente a 22% da sua demanda. Um cenário que resulta no incremento do preço do álcool consumido pelos baianos.
A situação se agrava na medida em que não há perspectivas de curto prazo para conquista da autossuficiência. A expectativa criada no ano passado, com a possibilidade de investimentos da ordem de R$ 820 milhões no setor, recrudesceu após a eclosão da crise financeira internacional. A meta era incrementar a produção em 400,4 mil metros cúbicos – três vezes mais do que o que a Bahia produziu em 2008.
No entanto, segundo dados da Superintendência de Agronegócio da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), das dez empresas que demonstraram interesse em investir em usinas na Bahia, somente duas começaram a implantação de suas unidades: a Unial e a Ibirácool, ambas na região do extremo sul. Ao todo, cinco empresas chegaram a realizar estudos de viabilidade para implantação de usinas. Outras cinco chegaram a assinar protocolos de intenção com o governo do Estado, formalizando a parceria.
O caso mais emblemático é o da empresa coreana Celltrion, que assinou protocolo em agosto de 2008. Dois meses após o anúncio da implantação de uma unidade agroindustrial no município de Barra com investimento de R$ 540 milhões, a empresa desistiu do negócio. Enviou uma carta para governo estadual e a prefeitura suspendendo o empreendimento por tempo indeterminado.
“A cidade fica numa expectativa grande, porque o projeto ia gerar bastante emprego. Esta desistência foi muito ruim para a gente”, lamenta o prefeito Artur Silva Filho. A estimativa era que, com o empreendimento, fossem criados dois mil empregos.
Outro caso de desistência é o da empresa Multigrain, que pretendia investir US$ 350 milhões numa usina para moagem de 3,5 milhões de toneladas de cana por ano no município de São Desidério, no oeste baiano. Segundo a assessoria de comunicação da empresa, não há perspectiva de retomada do projeto.
Retomada - A Secretaria da Agricultura tem mapeados 780 mil hectares de áreas propícias para o plantio da cana-de-açúcar, com destaque para o extremo sul e oeste do Estado.
Segundo o superintendente de agronegócio da secretaria, Jairo Vaz, os esforços neste momento estão voltados para a retomada do contato com o empresariado. “As empresas tinham um motivo claro para frear os investimentos que nós não pudemos ignorar. Mas acredito que já temos um ambiente mais favorável. Estou otimista para 2010”, pontuou o superintendente.

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